segunda-feira, 22 de março de 2010

exposição LUCIO COSTA - ARQUITETO



Neste ano de 2010 faz meio século que a capital do Brasil foi transferida, definitivamente, para o Planalto Central – distante 1.000km do Rio de Janeiro e onde, apenas 3 anos antes, nada existia.

Esta extraordinária realização da nação brasileira foi levada a cabo pela mão do presidente Juscelino Kubitschek, que, além de promover o desenvolvimento do país, propiciou ao Brasil um período de grande fertilidade cultural (Brasília é contemporânea da bossa nova, do cinema novo e até da primeira copa do mundo...)

Vendo Brasília hoje, já uma cidade de verdade, com identidade própria, fica evidente a importância da contribuição do Plano Piloto de Lucio Costa no sentido da viabilização de uma transferência definitiva em 3 anos, como queria JK:

- a estrutura urbana simples, e de fácil compreensão;

- um projeto urbano que “criou a paisagem” e se impôs ao Brasil desde o primeiro momento, no horizonte aberto de 360° do planalto – paisagem construída, que contou com a beleza dos projetos arquitetônicos de Oscar Niemeyer;

- e um modo de morar inovador, que além de evitar a possibilidade de Brasília começar como uma cidade de interior, não intimidasse as pessoas: nas Superquadras, assimiladas de imediato pelos novos moradores vindos dos quatro cantos do país, a modernidade dos pilotis abertos se uniu à tradição dos 6 pavimentos (gabarito pré-elevador, como em Paris).

Mesmo as crianças estudando Lucio Costa na escola primária, a grande maioria dos moradores da cidade desconhece sua trajetória profissional antes de Brasília – trajetória que, de fato, o habilitou a dar conta de “inventar”, absolutamente sozinho, a nova capital.

O objetivo da exposição LUCIO COSTA – arquiteto é preencher esta lacuna, aproveitando inclusive o fato da exposição acontecer no Museu da República, vizinho à Rodoviária – traço de união da Brasília propriamente dita com as antigas cidades-satélites.

A opção foi “apresentar” Lucio Costa através da sua arquitetura, mostrando os projetos em ampliações e fotos, e principalmente maquetes.

Um passeio por sua trajetória profissional mostra o quanto ele se fez presente em momentos decisivos, no âmbito do seu ofício – na reforma do ensino em 1930, nos episódios do Ministério da Educação e Saúde (hoje Palácio Capanema) e do Pavilhão do Brasil na Feira Mundial de Nova York, que revelaram ao mundo a arquitetura moderna brasileira, e na sua abordagem arquitetônica, conjugando valores modernos a valores tradicionais.

Procurou-se complementar a exposição mencionando a sua atuação em outras áreas, como o Patrimônio Histórico, além de mostrar aspectos do seu pensamento abrangente – sobre arte, ciência e tecnologia, política. Além de arquiteto e urbanista, Lucio Costa foi um grande humanista e pensador brasileiro, atuante ao longo de todo o século XX. Sempre teve total confiança no Brasil: “um país precursor, acho que vai ser, dará o seu recado no tempo certo” porque “O Brasil não tem vocação para a mediocridade”.

A exposição inclui, dentro do seu ambiente, mostra de documentários em audio-visual, e em alguns painéis, em monitores de TV, o próprio Lucio comentará o que está ali exposto.

No mezzanino do museu, reservado exclusivamente a Brasília, o visitante, além de entrar em contato com o contexto em que Brasília nasceu, verá os originais do Plano Piloto apresentado no concurso, e dos estudos que o precederam.

A exposição contará, ainda, com programa educativo, um seminário internacional, e fará parte da programação do encontro do Comitê do Patrimônio Mundial da UNESCO a se realizar em Brasília, no final de julho.

Será também lançada pela PubliFolha a 3ª edição do livro “LUCIO COSTA – Registro de uma Vivência”.


LUCIO COSTA – ARQUITETO

Museu Nacional da República
Conjunto Cultural da República | Setor Cultural Sul
55 . 61 . 3325.5220

De 13 de maio a 8 de agosto de 2010
De terça a domingo, de 9h às 18h30
Entrada grátis

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